Matéria com Duarte Nuno Vieira publicada pela revista Peritia – Revista Portuguesa de Psicologia, com abordagem do tema: Autópsia Psicológica.

Professor Dr. Duarte Nuno Vieira
Presidente da Academia Internacional de Medicina
Legal (IALM), da Associação Internacional de Ciências
Forenses (IAFS), da Associação Mundial de Polícias
Médicas (WPMO) e do Conselho Europeu de Medicina
Legal (ECLM).
Professor Catedrático de Medicina e de Ciências Forenses
da Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra.
Director do Instituto Nacional de Medicina Legal.

O valor da autópsia psicológica só foi reconhecido na década de 50 do século XX, sendo por isso um conceito
relativamente recente. O que é uma “autópsia psicológica” e quais os objectivos deste processo?

A chamada “autópsia psicológica” nasceu de uma ideia original de Theodore Curphey, um médico legista do município de Los Angeles, nos EUA. Esta ideia viria a ser posteriormente mais elaborada e desenvolvida por três investigadores do Centro de Prevenção do Suicídio desta cidade, Edwin Shneidman, Norman Farberow
e Robert Litman, que viriam a propor, em 1958, esta designação hoje correntemente utilizada.

A “autópsia psicológica” não é mais do que um meio complementar de diagnóstico, inicialmente destinado a contribuir para o esclarecimento da etiologia médico-legal da morte, isto é, a ajudar na formulação de um diagnóstico diferencial entre homicídio, suicídio ou acidente. Tratava-se de procurar obter elementos susceptíveis de permitirem estabelecer, retrospectivamente, a intencionalidade que esteve na base de certas mortes e nomeadamente o grau de participação que o indivíduo teve na sua própria morte. O seu objectivo era pois, genericamente, tentar contribuir para o esclarecimento de qual a etiologia médico-legal de determinadas mortes, sobretudo daquelas em que esta não é absolutamente clara. Mas para além deste objectivo mais de natureza legal, a autópsia psicológica acabou por evidenciar Leia matéria completa.

 

Fonte : Revista Peritia –  Revista Portuguesa de Psicologia